Demora na retomada da economia faz cair a confiança da indústria do Grande ABC – O Grande ABC

Demora na retomada da economia faz cair a confiança da indústria do Grande ABC

 O Índice de Confiança da Indústria (ICEI) do Grande ABC caiu para 56,4 pontos em agosto de 2019, contra 61,5 apurados em fevereiro deste ano. A queda reflete sobretudo baixas percepções sobre as Condições da Economia (60,7 pontos em fevereiro para 42,2 no mês passado) e Condições das Empresas (50 e 45,3, respectivamente) conforme recorte regional extraído da Sondagem Industrial (SI) e do Índice de Confiança (ICEI) elaborados para o Brasil e para São Paulo pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e Federação das Indústrias do Estado (FIESP).

A baixa no humor industrial continua atribuída especialmente à incapacidade de o atual governo emplacar uma política econômica que fomente o crescimento do País.  “Esse sentimento é influenciado pelo cenário político e pela dificuldade em se estabelecer uma trajetória de melhora nas contas públicas”, aponta professor Sandro Maskio, coordenador de estudos do Observatório Econômico da Universidade Metodista de São Paulo, que realiza desde março de 2016 relatório trimestral da indústria do Grande ABC em parceria com CNI e FIESP. Esta é a 12ª edição do Boletim IndústriABC.

Pelo levantamento, pontuação de 50 a 100 revela expectativa otimista do empresariado. Abaixo de 50 representa avaliação negativa, com estoques abaixo do planejado e capacidade instalada menor que a usual. No Brasil, neste ano, os meses de maio (50,9 pontos) e julho (53) foram os únicos que captaram variação positiva na produção comparada ao mês anterior. No Grande ABC, a indústria não detectou nenhum mês com aumento de produção em 2019 (a média do período para o indicador foi de 40 pontos).

Exportação e investimentos

Até mesmo o quesito exportação está ameaçado devido à crise da Argentina, principal parceiro do Brasil e das indústrias do ABC. A quantidade exportada havia subido de uma avaliação de 41,7 pontos no final de 2018 para positivos 57,1 em julho último. A expectativa com a evolução da demanda caiu no respectivo período (58,9 para 57,8) e a evolução no número de empregados manteve-se estável (48,2 e 48,4 pontos). Já osentimento em relação à compra de matéria-prima subiu ligeiramente (55,4 para 56,3) no ABC, assim como a intenção de investimento, que saiu de 48,1 pontos em dezembro de 2018 para 50 agora.

No Brasil, o Índice de Confiança da Indústria também baixou: de 64,5 no final de 2018 foi para 59,4 em agosto deste ano, igualmente derrubado pelas Condições da Economia (57,1 para 50,7) e pelas Condições das Empresas (55 para 51,2 pontos). A demora nas reformas estruturantes de que o Brasil necessita é a principal explicação.

“Apesar da manutenção de baixa inflação, da redução dos juros e uma taxa de câmbio mais competitiva para as exportações brasileiras, ao que tudo indica a espera pela aprovação das reformas, defendidas e fortemente anunciadas pelo governo como solução econômica do País, parece ser uns dos principais fatores a influenciar negativamente a retomada da atividade produtiva”, avalia professor Sandro Maskio.

Veja a íntegra do 12º Boletim IndústriABC em https://bit.ly/2m2CGpS

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